Recovery Time: When It’s Not the Time to Score

I miss those afternoons.

We arranged the classroom in a “U” shape, with all the tables together so everyone could clearly see the projector. We had—supposedly—read the book “Organizational Culture and Brazilian Culture” by Professor Miguel Caldas.

During one of the presentations, a classmate seemed hypnotized by the word “oxymoron” (“oxímoro” in Portuguese). This word was mentioned in the professor’s text, and my colleague had learned it recently, emphasizing it humorously throughout his presentation.

An “oxymoron” is a figure of speech that combines contradictory terms to express a specific idea: “Him?! He’s the living dead.” Clearly, the person isn’t literally dead but appears barely alive, maybe even near death. Despite this contradiction, we still use such expressions. An oxymoron is, therefore, a contradiction. After all—let’s face it—nothing describes absolute silence better than the phrase “deafening silence.”

Indeed, oxymorons are just as common as coherence.

Another—among many—contradictions in the corporate world that I’ve been reflecting on lately is the need professionals have to self-motivate and remain positive while searching for a job. Because someone who truly enjoys working and producing naturally feels happy when they’re employed and actively working!

A quick note: of course, professionals should have other sources of happiness, ones that are even greater and more significant than the happiness derived from work.

But let’s move forward.

Of course, I understand and sympathize with the idea of positively viewing the current moment, believing in the opportunities ahead, and seeing it as a time for renewal and a fresh start, possibly with something even better to come. It’s a time for reflection and self-discovery.

But wait a moment: have you ever seen a good basketball player happy when injured and unable to play? Nevertheless, this is precisely when he needs to focus on recovery, not on slam dunks or three-point shots. It’s still about performance, but the goal has now shifted.

Therefore, perhaps the unemployed professional should also redirect their efforts during this specific time: it is not the moment to score; it is the moment to recover and get better!

That’s it.

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Tempo de Recuperação: Quando Não é Hora de Pontuar

Eu sinto falta daquelas tardes.

Montávamos a sala de aula em formato de “C”, com as mesas todas juntas, permitindo que todos tivessem vista para o projetor. Havíamos – supostamente – lido o livro “Cultura Organizacional e Cultura Brasileira”, do professor doutor Miguel Caldas.

Em uma das apresentações, um colega pareceu hipnotizar-se com a palavra “oxímoro”. Essa palavra estava no texto do professor, ele a tinha aprendido naquela última leitura, e ganhou destaque na divertida apresentação que ele fez.

“Oxímoro” é o termo usado para definir contradições aparentes de palavras que, apesar de sua distância conceitual, são combinadas para expressar uma ideia específica: “Ele?! Ele está um morto-vivo.” Ou seja, ele claramente não está morto, mas aparenta pouca vida ou até quase morte, embora o fato seja que morto ele não está. Ainda assim, usamos essa expressão. Oxímoro é, portanto, essa contradição. Afinal – convenhamos – nada descreve melhor o silêncio absoluto do que a expressão “aquele silêncio ensurdecedor”.

E, sim, o oxímoro é mesmo tão comum quanto a coerência.

E outra – entre tantas – contradições do mundo corporativo sobre as quais tenho refletido muito é a necessidade que o profissional tem de se automotivar e manter-se positivo enquanto procura emprego. Porque alguém que realmente é bom, que gosta de trabalhar e produzir, naturalmente será feliz quando estiver empregado e produzindo!

Uma pequena observação: É claro que deve este profissional ter outras fontes de felicidades. Devendo essas ser, inclusive, felicidades maiores e mais importantes daquele tipo de felicidade que se tem trabalhando.

Mas sigamos.

Claro que compreendo e simpatizo com a ideia de enxergar positivamente o momento atual, acreditando nas oportunidades que surgirão, que é uma hora de renovação, recomeço, talvez até com algo melhor que certamente virá. É tempo de reflexão, autoconhecimento.

Mas, pera lá: você já viu algum jogador bom de basquete feliz quando está machucado e não pode jogar? Contudo, é justamente nesse momento que ele precisa se dedicar à sua recuperação, não às enterradas ou aos arremessos de três. Ainda é sobre desempenho; contudo o objetivo agora é outro.

Assim, talvez o profissional desempregado também devesse redirecionar seus esforços nesse momento específico: não é hora de pontuar, é hora de se recuperar e ficar melhor!

É isso.

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